Quais as principais métricas em metodologia ágil? Conheça o burndown e o velocity
Atualizado: 25 de set. de 2022
Toda medição deve ser feita com o objetivo de tomar uma decisão, e na metodologia ágil não seria diferente.
Em nosso dia a dia, percebemos que algumas equipes têm dificuldade em apresentar métricas relevantes para acompanhamento interno e stakeholders. Essas pessoas se perguntam:
Qual parâmetro podemos utilizar para avaliar se o método de gestão dos resultados, entregas e pessoas está sendo bem sucedido?
Por isso, preparamos esse artigo para ajudar você a entender melhor sobre o assunto. Falaremos sobre:
Vamos lá?
Como avaliar o desempenho do time
De acordo com o Scrum, um time não deve ser avaliado apenas por suas entregas ou features. Afinal, olhar apenas para o produto não é suficiente para um negócio.
Não adianta entregar novas funcionalidades no produto se o resultado do negócio não vai bem.
A avaliação da performance do time ágil deve refletir a maturidade da cultura da empresa voltada para resultados. Por isso, um bom modo de acompanhar as métricas do negócio é definir OKRs e KRs, pois estes ajudam a gerenciar as metas da organização em direção a um objetivo.
Por que utilizar métricas ágeis
O acompanhamento de métricas ágeis reflete o progresso da equipe ao longo do projeto.
Se num projeto não existem dados mensurados que indiquem que a equipe está no caminho certo, fica complicado avançar no planejamento das entregas.
Portanto, na Transformação Ágil, deve-se mensurar tanto as métricas de negócio quanto as métricas ágeis. Enquanto as primeiras transparecem se as entregas estão alinhadas com as necessidades do mercado e resultados da empresa, as segundas refletem o desenvolvimento do processo e performance do time e suas entregas.
Quais as métricas ágeis mais comuns
Existem duas métricas muito utilizadas para medir a produtividade da equipe ágil: o Burndown e o Velocity. Explicaremos melhor sobre cada um deles abaixo.
Burndown
Muito utilizado no método Scrum, o burndown é uma ferramenta visual que mostra o progresso do trabalho concluído por dia em relação à conclusão do projeto. O gráfico mostra a distribuição de pontos a ser concluída diariamente para que o planejado seja executado dentro da sprint.
O monitoramento do gráfico burndown gera aprendizados para o time, que a cada sprint vai planejando e executando cada vez mais próximo de sua real capacidade. E, com o tempo, a equipe também vai se desafiando, no intuito de maximizar sua produtividade.
Velocity
Enquanto o burndown reflete as entregas feitas diariamente, o gráfico de Velocity mostra a quantidade média de trabalho (ou total de pontos) que a equipe consegue entregar em uma sprint. Acompanhar essa velocidade nas entregas ajuda a prever o cronograma do projeto.
Por exemplo: se fizermos um refining com o levantamento dos pontos de complexidade de todas as features para entrega de uma solução com total de 500 pontos, contudo a cada sprint nosso time entrega em média 50 pontos por sprint, precisaremos de 10 sprints para entrega da solução.
Atenção: deve-se evitar comparar o velocity entre equipes, pois cada equipe tem uma forma única de mensurar. Mesmo que um time apresente uma média de pontos concluídos superior a outro time, não é possível afirmar que um é mais produtivo que o outro. É mais importante avaliar se o time vem mantendo sua performance ou superando-a. Caso haja uma queda no velocity, é muito importante avaliar com o time na retrospectiva o que pode estar gerando essa ineficiência.
E onde entra o Planning Poker?
Como falamos em outro artigo, equipes que utilizam a metodologia Scrum planejam seu trabalho para realização de entregas ou incrementos ao produto dentro de um intervalo de tempo chamado Sprint, normalmente realizada em duas semanas (ou quinze dias).
Durante a planning, a equipe estima quanto trabalho poderá executar dentro da sprint. São atribuídos pontos de acordo com a complexidade de cada tarefa que está sendo planejada para execução.
Para pontuar, geralmente, utiliza-se a escala Fibonacci (1, 2, 3, 5, 8, 13, 21 pontos). Nela, cada membro do time atribui uma pontuação de acordo com a dificuldade para realização da atividade planejada: quanto maior a pontuação, mais complexa ela é.
É aí que entra o Planning Poker, método amplamente disseminado para essa etapa de mensuração. Essa pontuação usualmente é realizada em uma cerimônia anterior ao Planning, chamada de refinamento (refining). Na Planning batemos martelo sobre quais tarefas serão feitas e quais não serão n
os próximos 15 dias.
Pontos de atenção
Segundo nossa larga experiência com implantação de metodologia ágil, temos alguns pontos a compartilhar:
Planejar mais (ou menos) que sua capacidade real
Quando ainda não tem muita maturidade, ou quando está no início da implantação da cultura ágil, o time tende a planejar mais do que sua real capacidade. Por isso, acaba não conseguindo realizar todas as entregas planejadas.
O contrário também pode ocorrer: quando a equipe planeja menos do que sua real capacidade, finalizando as entregas dias antes da conclusão da sprint.
Por isso, é muito importante fazer o acompanhamento do burndown e velocity. Eles servirão de base para as cerimônias de Planning futuras.
Queda brusca no realizado
Outro ponto de atenção é quando há quedas bruscas na curva que reflete o realizado no burndown. Isso representa uma oportunidade de melhoria na quebra das tarefas durante o refinamento (Refining). Nossa sugestão para esses casos é que o trabalho seja estratificado, isto é, melhor dividido em partes menores.
Ainda não esgotamos o tema. Fiquem de olho nos próximos posts, pois traremos mais métricas ágeis para seu aprimoramento.
